Teus jovens, tão jovens, muitas noites de verão, foram ao encontro da morte quando buscavam tão somente a alegria, a confraternização da música, a euforia da festa.
Santa Maria!
Kiss, Kiss, Kiss, o beijo da morte veio envolto em fumaça e na rebentação das labaredas.
Santa Maria!
Quantos sonhos incinerados? Quanto futuro carbonizado?
Mãos prontas para a colheita de diplomas universitários postas sobre o peito, naquele fúnebre e trágico ritual que o verbo morrer conjuga.
Santa Maria!
Nem todas as lágrimas do mundo apagarão tuas chamas ou devolverão a vida aos teus meninos e meninas.
Santa Maria!
Qual oração consola? Que palavras explicam? Que bálsamo ameniza a dor dos pais, irmãos, amigos?
Santa Maria!
Vidas, vidas, vidas, prontas para colher frutos da espera, multiplicarem-se no amor, fertilizarem o tempo com trabalho, eficiência, conhecimento.
Santa Maria!
Não se perderá na fumaça a dor que tua tragédia elaborou.
A raquete na parede, os vestidos nos guarda-roupas, o tênis sob a cama e a ausência em cada canto, nas alamedas da faculdade, no abraço dos amigos, no pranto interminável dos pais.
Santa Maria!
Seja um pungente silencio a mão que acaricia a fonte dos que choram imensurável perda.
Santa Maria!
O tempo ameniza o pranto, mas as cicatrizes desta tragédia hão de perdurar na memória como símbolo de sofrimento, o quanto um soluço rasga o silencio denunciando a mais profunda dor que suporte o coração humano.
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